domingo, 20 de novembro de 2011

20 de Novembro - Dia da Consciência Negra


A Lenda do Homem-leopardo

Certo dia, numa aldeia nigeriana, o chefe ensinava as crianças uma lição de obdiência.
Ele contava que frequentemente a aldeia vizinha recebia visitas de um homem encantado, que se transformava num feroz leopardo toda vez que era seguido por algum curioso.
Numa dessas visitas o estranho homem pediu comida na aldeia. A ferocidade e tamanha rapidez com que comia denunciavam uma fome de muitos dias. Porém, desta vez, a criatura era observada por uma curiosa menina que tentava compreender o quê de mistério que acompanhava o faminto forasteiro.
Após comer, o homem parecido com uma fera, soltou um grito que mais parecia um rugido:
_ Que ninguém pense em me seguir! vociferava o estranho ser.
Surpreendida, a espectadora lembrou-se das palavras dos sábios de sua aldeia que por gerações ensinavam seu povo a não seguir o terrível homem-leopardo.
Tudo indicava que a lenda era verdadeira e estava ali diante dos olhos daquela criança. Contudo, aquele grito de ameaça não a impediria de quebrar uma das regras primordiais de seu povo. Seu único desejo era conhecer a morada da fera e entender o porquê de tanto temor. A menina seguiu o sujeito até a floresta. Ao chegar numa clareira  o estranho percebeu que estava sendo seguido, sentou-se e começou a conversar em voz alta, quase gritando:
_ O motivo de visitar a aldeia de tempos, em tempos é um só! preciso alimentar este corpo humano, que não pode viver apenas de carne crua! Agora que sabes o segredo serás alimento do leopardo selvagem que realmente sou!
Desferidas estas palavras aquele homem soltou urro violentíssimo, se atirou ao solo e perdeu totalmente sua humanidade transformando-se num leopardo faminto da floresta.
Arrependida de sua desobediência a menina foge desesperada com o alvo de sua curiosidade em seu encalço rugindo de vingança! Perdida, a jovem deparou-se com um rio de correntezas ameaçadoras, sentiu-se encurralada. Será que a natureza castigava sua curiosidade? Todavia, um desfecho mágico a aguardava.
Na outra margem,  uma árvore comoveu-se com o desespero da indefesa menina e esticou seus frondosos galhos sobre o rio criando uma ponte para que a criança atravessasse. Não entendendo o que havia ocorrido a menina corre pela ponte salvadora, mas tropeça e cai, tempo suficiente para aproximação de seu algoz.
_Vamos minha menina! levante! que retirarei meus galhos assim que cruzares o rio! gritou a boa árvore.
Mas que depressa a menina ergeu-se e no último folêgo atravessa a ponte que se desfaz atrás de seus pezinhos. Em segurança na outra margem aquela criança promete a sí mesma nunca mais desobedecer os mais velhos de sua aldeia. E hoje em dia sua aventura é contada toda vez que um misterioso estranho pede comida nas aldeias da Nigéria.


(Conto Popular Nigeriano - Adapt. Graziany Monteiro Gomes e 3º ano "B"- EMEF " Joana Maria da Silva)





Eu e minha turminha decidimos nos aventurar, desta vez, por outra modalidade: o conto. Realmente foi gratificante tê-los como ajudantes fiéis na adaptação deste conto africano que nos ensina uma valiosa lição de obdiência. De fato, as crianças são muito receptivas a qualquer gênero textual. Para nós tudo é motivo para escrever! e a Semana da Consciência Negra foi um momento de reflexão, valorização e muita escrita!

2 comentários:

Anônimo disse...

eu gosto muito desse testo

Cantinho de Poesia disse...

Seu trabalho é maravilhoso!Parabéns!!!!