Bola de gude
A maior bola do mundo
é de fogo e se chama sol.
A bola mais conhecida
é a de jogar futebol.
Certa bola colorida
jogar bem eu nunca pude
é de vidro essa bandida
e chama-se bola de gude.
é de fogo e se chama sol.
A bola mais conhecida
é a de jogar futebol.
Certa bola colorida
jogar bem eu nunca pude
é de vidro essa bandida
e chama-se bola de gude.
A leitura é muito
mais
do que decifrar palavras.
Quem quiser parar pra ver
pode até se surpreender:
vai ler nas folhas do chão,
se é outono ou se é verão;
nas ondas soltas do mar,
se é hora de navegar;
e no jeito da pessoa,
se trabalha ou se é à-toa;
na cara do lutador,
quando está sentindo dor;
vai ler na casa de alguém
o gosto que o dono tem;
e no pêlo do cachorro,
se é melhor gritar socorro;
e na cinza da fumaça,
o tamanho da desgraça;
e no tom que sopra o vento,
se corre o barco ou vai lento;também na cor da fruta,
do que decifrar palavras.
Quem quiser parar pra ver
pode até se surpreender:
vai ler nas folhas do chão,
se é outono ou se é verão;
nas ondas soltas do mar,
se é hora de navegar;
e no jeito da pessoa,
se trabalha ou se é à-toa;
na cara do lutador,
quando está sentindo dor;
vai ler na casa de alguém
o gosto que o dono tem;
e no pêlo do cachorro,
se é melhor gritar socorro;
e na cinza da fumaça,
o tamanho da desgraça;
e no tom que sopra o vento,
se corre o barco ou vai lento;também na cor da fruta,
e no cheiro da comida,
e no ronco do motor,
e nos dentes do cavalo,
e na pele da pessoa,
e no brilho do sorriso,
vai ler nas nuvens do céu,
vai ler na palma da mão,
vai ler até nas estrelas
e no som do coração.
Uma arte que dá medo
é a de ler um olhar,
pois os olhos têm segredos
difíceis de decifrar.
(Poemas extraídos do livro: AZEVEDO, Ricardo. Dezenove poemas desengonçados. São Paulo: Ática,1999).
e no ronco do motor,
e nos dentes do cavalo,
e na pele da pessoa,
e no brilho do sorriso,
vai ler nas nuvens do céu,
vai ler na palma da mão,
vai ler até nas estrelas
e no som do coração.
Uma arte que dá medo
é a de ler um olhar,
pois os olhos têm segredos
difíceis de decifrar.
(Poemas extraídos do livro: AZEVEDO, Ricardo. Dezenove poemas desengonçados. São Paulo: Ática,1999).
Ricardo Azevedo (São Paulo, 1949)
É
autor de mais de cem livros infantis, em uma carreira literária que estreou em 1980.