As meninas, de Cecília Meireles

Arabela
abria a janela.
.
Carolina
erguia a cortina.
.
E Maria
olhava e sorria:
"Bom dia!"
.
Arabela
foi sempre a mais bela.
.
Carolina
a mais sábia menina.
.
E Maria
Apenas sorria:
"Bom dia!"
.
Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
outra que se chamou Carolina.
.
Mas a nossa profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
"Bom dia

É divina! a eloquencia de uma menina declamando um poema feito para ela, por um adulto com alma de criança!!!

Ana Maria Machado se rende aos encantos da Poesia...!

Uma das mais importantes autoras de literatura infantil no Brasil estreia na poesia e na Editora Cosac Naify. Neste vídeo, relembra a infância e outras histórias...

Verão Capixaba!

Coqueiral de Itaparica

Este lugar o supremo astro presenteia
Com raios incandecentes!
Disfarçados pelo sopro da sereia
Sol e mar divinos presentes!

As ondas abraçam a areia fortemente
Com requinte de paixões violentas
Contudo muito ciumentas
Prendem a amada de forma veemente

Enquanto passeio no calçadão
O triângulo amoroso observo
Sinto morno o coração!

Cidade de cálida beleza!
Morre de amores por ti! a natureza!
Sol, areia e mar...

(Graziany Monteiro Gomes)


Minha cidade ficou com ciúmes de meu poema anterior...e num passeio rotineiro mostrou-me todo o seu fascínio e encantos especiais. O verão Capixaba também inspira a mais pura poesia!

Porto Seguro!

Porto Seguro

Terra de beleza esplendorosa!
Teu povo transborda simpatia
O coração se enche de alegria
Enquanto as ondas beijam a areia gostosa
O meu corpo acanhado se lança
Prelúdio do paraíso! Sinto a água quentinha
A praia é toda minha!
A alma escorre confiança!

Sinto soprar na Ilha do Sol... o vento doce...
Brinco de esconder...
Com o Senhor caranguejo
Perdi e nem posso crer
Ao lonje a nau do sonho vejo
Eu não queria que ela fosse...
Acordar-me da fantasia
Enfim, acaba o dia!

Ah! terra do descobrimento!
No manso deslizar da chalana
Repousa no peito a saudade
Daquele azul, cor de firmamento
Boas lembranças da alma emana
Um sorriso de cumplicidade
Como dizia o poeta com sutileza:
"...É que a Bahia vive como a natureza..."


(Graziany Monteiro Gomes)



Não é a toa que a Bahia é exaltada por tantos poetas, tive a sorte de comprovar de perto sua beleza ímpar...

Voando sem asas!

Voando sem asas!

O homem insiste em voar
Sem asas tenta a alma ruflar
Objetos metálicos pesados constrói
O sonho a cada vôo se reconstrói!

Baixas! as nuvens quase posso tocar
Num parque de diversões estou a brincar!
Lá embaixo tudo pequenino fica
Minha pespectiva de vôo se modifica!

O medo desapareceu!
Voar não era sonho meu...
Quando menos esperava aconteceu!

Voei sem ter com asas nascido
Embora, rápido tenha sido
Emfim, Porto Seguro!

(Graziany Monteiro Gomes)




O menino pela primeira vez beijou o céu e conheceu outra terra se não aquela em que nasceu! os próximos poemas narram uma viagem de criança por lugares maravilhosos que estavam logo ali, era só abrir o portão de casa...

homenagem ao meu pai, o primeiro poeta que li e admirei...!

Pai

Agradeço-te…
Pois teve paciência até o fim
Ensinou-me a descobrir o homem que há em mim
Terás meu eterno apreço…

Agradeço-te…
Por ter jogado bolinhas de gude comigo
Ser o “homem pássaro” foi muito melhor contigo
Essas doces brincadeiras jamais esquecerei…

Agradeço-te...
Pois cuidou de minha mãe com igual carinho
Pássaro valente que protegeu o ninho...!

Agradeço-te...
Pois me criou com honra e labor
Gentileza e grande amor!

(Graziany Monteiro Gomes)




Ao primeiro poeta que habitou meus sentimentos dedico esta homenagem. Terno amigo, cálido companheiro sempre viverás dentro do meu coração. Agradeço-te por tudo...fica com Deus!!!

Companheira

Companheira

Neste momento de solidão
A lembrança da tua bela face encoraja
No navio da comoção
Meu coração viaja!

A tua pele morena
Aquele olhar de segurança
Meu peito leve feito pena
Teu sorriso de amanhecer traz-me esperança!

Em minha vigília durmo acordado…
E só contigo sonho…
Meiga Princesa…!

Vem livra-me do sono…!
No acalanto…aconchego de sereia…
E acordo nos braços da doce companheira!

(Graziany Monteiro Gomes)


Amada Ingrid, minha terna companheira das horas alegres e tristes...

Quarto de hospital...

Quarto de Hospital...

Ao redor um prato
Pela metade vejo
As cores fracas e sem tato
Não sugerem um bom conselho...

Somente um som domina o ambiente
O umidificador não cessa...
Se confunde a tosse do doente
A cura é o que interessa!

A frente uma TV
Pena que ligada ou não
O programa é sempre repetido a quem vê...

Quadrado triste!
Se solidão total existe
confinada nele está...

(Graziany M. Gomes)



Nem só de alegrias vive o poeta. Hoje o poema é deveras triste, mas como já informei aqui derramarei alguns de meus sentimentos...exatos 25 dias que meu pai encontra-se em um leito de hospital. Tenho sede de melhoras, aguardo ansioso o momento de vê-lo novamente em casa...